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  • José Carlos Barretta/Divulgação
    O ator Nicolas Trevijano em cena da peça "Aberdeen - Um Possível Cobain"
O "possível" no título da peça “Aberdeen – Um Possível Kurt Cobain” não é à toa. Apesar da preocupação em apresentar informações biográficas sobre o líder do Nirvana, o ator Nicolas Trevijano diz que a encenação procura não expor nenhuma resposta definitiva sobre o ícone grunge. A apresentação é gratuita e estreia neste sábado (7) na Galeria Olido, em São Paulo.
“A gente não conhece o Kurt”, explica Nicolas. Ele conta que Sérgio Roveri, autor da peça, dramatizou dados sobre a história de Kurt no sentido de que ele poderia ter pensado e falado o que será encenado. “A gente dá informação, mas não fecha nada. Deixamos o público viajar nas possibilidades.”
A história se passa no “limbo” entre o tiro que, em abril de 1994, o músico deu em si mesmo e a descoberta de seu corpo, cerca de três dias depois. Refletindo sobre sua vida, o protagonista conversa com Boddah, um amigo imaginário que o músico tinha na infância. Aberdeen é a cidade americana onde o cantor nasceu, em 1967.
Trevijano, que é também idealizador do projeto, sabia qual era o Kurt que não queria interpretar: o estereótipo do rock star. “Ele era um cara super frágil, sensível, com uma linha de pensamento lógica, diferente do que todo mundo pensa", diz. "A gente sempre quer dar nomes aos bois: 'se matou porque é louco, porque é depressivo'."
O ator, que vai fazer 40 anos em setembro, diz ter vivido a ascensão do grunge em sua juventude. Ele conta que sempre gostou muito de rock e que Nirvana é o que mais tem ouvido nos últimos dois anos. Quando enumera suas bandas favoritas, no entanto, elas destoam do grunge. Inclusive, o grupo do vocalista arqui-inimigo de Cobain, com quem o guitarrista teve algumas desavenças, é o que vem logo após o Nirvana: “Guns [‘n Roses], Iron [Maiden], Metallica, Megadeth...”, diz.
Eu queria retratar não o mito, mas o cara, o ser humano. Foi muito natural e verdadeira a ideia [para a peça], se as pessoas forem lá com a ‘xícara vazia’, elas podem tirar alguma coisa disso.
Nicolas Trevijano, ator do monólogo "Aberdeen - Um Possível Cobain"
Nicolas quis fazer a peça a partir de um momento pessoal difícil em que questionou sua vida e sua arte. O filme “Retrato de uma Ausência”, com depoimentos do cantor, também serviu de influência para o projeto. O ator conta que quis realizar a encenação “egoisticamente falando” e que não sente pressão em interpretar um dos maiores símbolos da música.
“Como o projeto é autoral, uma coisa minha, que eu queria falar, sinto que estou muito tranquilo. Foi muito natural e verdadeira a ideia, se as pessoas forem lá com a ‘xícara vazia’, elas podem tirar alguma coisa disso. E se não, também, a arte é assim.”
Cada uma das oito apresentações programadas terá um clima intimista: há apenas 50 lugares na plateia. Na trilha sonora, que também procura fugir da obviedade, a única surpresa que Trevijano revela são “alguns lados B, quatro músicas menos conhecidas”. Durante a encenação, serão lidos trechos da carta de suicídio de Kurt. Confira horários e outras informações sobre a peça aqui.


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